Seminário aborda modelos de agricultura sustentável
Foi realizado na quinta-feira (12), no auditório da Promotoria de Santarém o Seminário "Amazônia em Sintropia - Ciência, Agricultura e Floresta”, com apresentação dos novos modelos de agricultura sustentável. O evento foi promovido pela ONG Saúde e Alegria em parceria com o MPPA e Universidade Federal Oeste do Pará (Ufopa).
O seminário teve a participação do geneticista e pesquisador Ernst Gotsch, criador do modelo de Agricultura Sintrópica, o cientista Antonio Donato Nobre, agrônomo com mestrado em Biologia Tropical e Phd em Earth System Sciences, e o engenheiro agrônomo e agricultor Rogério Vian, membro da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), do Instituto Goiano de Agricultura (IGA), da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) e da Aprosoja Brasil, presidente e um dos fundadores do Grupo de Agricultura Sustentável (GAS).
A mesa de abertura foi composta pela promotora de Justiça Lilian Braga, representante do MPPA; Caetano Scannavino, coordenador do Projeto Saúde e Alegria, que atua em comunidades da Amazônia com programas de desenvolvimento integrado nas áreas de organização social, saúde, saneamento básico, direitos humanos, meio ambiente, geração de renda, educação, cultura e comunicação; Marcos Prado Lima, biólogo com doutorado em genética, conservação e biologia e Pró-Reitor da Ufopa, e Bruno Costa, secretário municipal de Agricultura.
Os novos modelos de agricultura sustentável integram produção, floresta e meio ambiente com redução de custos e aumento de produtividade. Foi destacado que a Amazônia é peça chave para a regulação do clima no planeta. A floresta em pé tem enorme potencial econômico ainda a ser explorado, por isso a necessidade de debater quais são as reais oportunidades abertas para o convívio com a Amazônia, com atividades econômicas modernas que reduzam seu impacto sobre a floresta e aumentem sua produtividade.
Agricultura sintrópica
Ernest Gotsch é agricultor e pesquisador suíço, e está no Brasil desde 1982. A agricultura sintrópica foi idealizada e é difundida por ele. Trata-se de um sistema de cultivo agroflorestal (SAF) baseado no conceito de sintropia, caracterizado pela organização, integração, equilíbrio e preservação de energia no ambiente. Busca inspiração nos ecossistemas que não sofreram interferência humana, para um manejo sustentável.
Quando chegou ao Brasil adquiriu a Fazenda “Fugidos da Terra Seca”, em Piraí, no norte da Bahia. Atualmente o local é conhecido como Fazenda Olhos D’água, devido à quantidade de nascentes que foram recuperadas. As plantas são cultivadas em consórcio, intercalando espécies de portes e características diferentes, visando o aproveitamento máximo do terreno, com manutenção e reintrodução de espécies nativas.
Não há uso de inseticidas e herbicidas. Os insetos e organismos vivos das áreas sintrópicas são sinalizadores de deficiências no sistema, e ajudam o produtor a compreender as necessidades ou falhas do cultivo. A produção demanda um baixo investimento, pois exige um mínimo de irrigação e não utiliza produtos químicos na manutenção.
Texto: Ascom
Fotos: Lila Bemerguy