Reunião aborda tratamento da pessoa autista pela Unimed
Nesta terça-feira (25), no Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor César Mattar Jr. a promotora de Justiça Mariela Góes e o defensor público do Estado, Cássio Vasconcelos reuniram com representantes da Unimed e pais de crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), para debater sobre o tratamento oferecido pelo plano de saúde às crianças com autismo.
Durante a reunião, alguns assuntos foram pontuados, entre eles, a necessidade do tratamento adequado para as crianças autistas, como mencionou a representante das famílias presentes, Flávia Pantoja de Araújo. “É necessário que a Unimed pondere os protocolos de atendimento. Existem casos que o plano afirma que a criança precisa continuar o tratamento, negado pela própria operadora de saúde”.
Umas das mães de criança autista, destacou a necessidade de profissional adequado para cada tratamento, que as clínicas são lotadas e a espera pode ser de meses por conta das cotas. Com isso crianças ficam com mais de três meses sem atendimento, causando danos às progressões no tratamento. “Muitas crianças estão tendo o diagnóstico tardiamente, dificultando o início do tratamento”, disse Ingrid.

Foi tratado ainda sobre a necessidade de um atendimento rápido e uma equipe multidisciplinar, que possa ajudar na comunicação social, interação social, comportamentos diversos e que no atendimento ao autista deve ser priorizado a qualidade de vida. A promotora de Justiça Mariela falou dos avanços significativos devido às terapias da Análise Comportamental Aplicada (ABA). “Além dessas terapias, a importância de uma equipe multidisciplinar é essencial. As terapias precisam ser contínuas”, pontuou.
Um assunto bastante mencionado na reunião, foi a questão das cotas de terapia, onde os cortes prejudicam o tratamento, regredindo o estado de saúde das crianças. O representante jurídico da Unimed, Caio Trindade se manifestou dizendo que o plano de saúde não deseja ser inimigo dos pais das crianças com autismo e que a Unimed tem se preocupado com o assunto dos autistas. “Existem estudos internos na forma de melhorar a rede de atendimento às crianças autistas”, disse Caio. Porém, ele não pôde afirmar que a situação das cotas serão avaliadas pela Unimed.
As médicas da Unimed disseram que montaram um comitê técnico para estudar sobre o atendimento dos pacientes com TEA, que todos os prestadores possuem habilitação e que a diretoria estuda melhorar o atendimento, trazendo profissionais de São Paulo para treinar os pediatras cooperados.
O defensor público Cássio Bittar informou que houve um aumento da demanda relacionadas às cotas nas terapias, reclamação por falta de profissionais especializados, demora no reembolso do ressarcimento e outras reclamações. E que já tem um procedimento aberto na Defensoria Pública do Pará.
O promotor de Justiça César Mattar Jr. ponderou que é fundamental uma abordagem individualizada, que deve ser feita pela própria operadora de saúde. “As Agências Reguladoras estabelecem uma cota mínima de atendimento e não máxima, que precisam ser trabalhadas com prazo”.
Foi solicitado à Unimed que os pedidos constantes dos laudos por mais cotas sejam acatados, para atender a necessidade urgente e minimizar o drama das famílias.
Ao final da reunião foi definido o prazo de 60 dias para a Unimed enviar um posicionamento ao MPPA sobre as cotas de terapias e também a resposta sobre a criação de um Centro de referência para melhorar o atendimento.
Texto: Ascom