Promotoria de Justiça discute os resultados da análise de gases contaminantes emitido pelo aterro sanitário de Marituba

Na sexta-feira (22), o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) através da Promotora de Justiça de Marituba Eliane Moreira, efetuou reunião para tratar a apresentação do resultado parcial do estudo realizado nas proximidades do Aterro Sanitário de Marituba. Convocado pela Promotora, o Professor Breno Imbiriba, da Universidade Federal do Pará (UFPA), apresentou os resultados preliminares da sua pesquisa denominada “Avaliação da Concentração de Gases Tóxicos e Odoríficos nas redondezas do aterro sanitário de Marituba”. A reunião também contou com a participação dos técnicos do Grupo de Apoio Técnico Interdisciplinar (GATI) Maylor Lédo e José Orlando Sena do Rosário, e Júnior Vera Cruz, representante do Fórum Permanente Fora Lixão.
Os estudos apontam que os valores dos gases metano (CH4) e sulfídrico (H2S) encontrados nas adjacências do aterro estão acima do nível regular da atmosfera, o que segundo Professor Imbiriba, tem relação direta com a proximidade do local de descarte de lixo.
O levantamento expõe que os níveis de gás sulfídrico relatados são superiores aos padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A situação é parecida na análise realizada dos níveis de gás metano, que emitido em altas quantidades pode ocasionar o efeito estufa, variável importante no contexto atual das mudanças climáticas.
De acordo com o professor Imbiriba, é possível afirmar que os gases emitidos nas concentrações observadas pelo aterro podem ser precursores de outros agentes poluentes, que contribuem para a poluição ambiental e efeito estufa, além de agravos à saúde ocasionados pela presença gás sulfídrico, que segundo estudo realizado pela OMS, pessoas expostas a 10% de tempo a uma concentração do gás (similar às encontradas no entorno do aterro) têm irritações oculares.
Segundo a Promotora Eliane Moreira, é importante reiterar que os episódios de odor relatados pela população nos atendimentos realizados pelo MPPA advém do aterro, visto a alta quantidade de gás sulfídrico e metano encontrada no local.
Texto: Bianca Galhardo, Ascom/MPPA
Foto: Oswaldo Forte / Agência Belém