O sarampo, doença viral e altamente contagiosa já foi um dos maiores responsáveis pela mortalidade infantil. O vírus, que pode ser fatal, causa sintomas diversos, como febre, tosse, mal-estar, e até infecções, convulsões e pneumonia. Mesmo com sua alta taxa de contágio, a doença foi controlada e totalmente erradicada do território brasileiro, contudo, em 2018, alertas sobre novas contaminações voltaram a surgir, reacendendo a preocupação com sobre a vacinação. 

Para manter a doença sob controle, Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) recomendou à Prefeitura e Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua (Sesau) que intensifique as ações de vacinação. A recomendação, assinada nesta quinta (28) pelo promotor Quintino Farias da Costa Júnior, cita medidas como ampliação do horário de funcionamento da sala de vacina e verificação da situação vacinal de todos os visitantes dos postos de saúde. A Sesau tem 48h para manifestar-se sobre o documento.

De acordo com o promotor, essas providências devem melhorar a taxa de pessoas vacinadas, pois muitos deixam de se vacinar devido aos“horários de funcionamento das salas de vacinação dos postos de saúde serem incompatíveis com os horários de trabalho das famílias”, explica Quintino Farias. 

O MPPA sugere que verifique-se a situação vacinal dos usuários sempre que eles visitarem as UBS, como em dias de consultas ou qualquer outro procedimento médico. Além disso, deve-se evitar o uso de documentos obrigatório como barreiras de acesso à vacinação. “O comprovante de endereço não deve ser obrigatório para vacinação, basta o cartão do SUS para realizar o registro”, propõe Quintino Farias. O promotor analisa que dessa forma será possível imunizar maior número de pessoas.

A Sesau deverá realizar ações informativas sobre saúde para a comunidade, promovendo a prevenção de doenças por meio da vacinação e combatendo as notícias falsas (fake news) sobre o tema. É estratégico também conversar com pais e responsáveis por crianças para orientá-los sobre a importância da imunização, enfatizando a segurança e benefícios  da vacina, já que “um dos fatores que contribuem para a diminuição dos índices da cobertura vacinal é o desconhecimento sobre a importância e benefícios da vacina”, conta o promotor.

O Ministério Público recomenda também à Sesau que a forneça vacinas em quantidade satisfatória para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Ananindeua e desenvolva estratégias comunitárias para imunizar as pessoas vulneráveis, como migrantes, pessoas em situação de rua, quilombolas, indígenas e outros.