"Mulheridades: somos muitas, somos múltiplas": MPPA realiza premiação de personalidades mulheres atuantes em defesa dos direitos

Na manhã de segunda-feira, 12, o Ministério Público do Estado, através do Núcleo de Proteção à Mulher (Núcleo Mulher), realizou a premiação “Mulheridades: somos muitas, somos múltiplas”, em homenagem a mulheres protagonistas que desempenham distinta relevância em suas respectivas áreas de atuação ou em prol de outras mulheres.
O evento ocorreu no auditório do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do MPPA. Ao todo, foram 14 mulheres agraciadas:
- Ana Cláudia Bastos de Pinho, Promotora de Justiça e Coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos (CAODH);
- Ana Maria Magalhães de Carvalho, 2° Promotora de Justiça da Criminal de Icoaraci e Presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Pará (Ampep);
- Ana Paula Silva Gomes de Freitas,Secretária de Estado da Mulher;
- Bárbara Caroline Martins Oliveira, Gerente de Diversidade Sexual e Gênero da Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (SEIRDH);
- Dulcelinda Lobato Pantoja, Procuradora-Geral de Justiça Criminal;
- Ivaney Darling de Carvalho Costa, Professora de Sociologia da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC);
- Maély Ferreira Holanda Ramos, Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Segurança Pública da Universidade Federal do Pará;
- Márcia Vieira da Silva Kambeba, Especialista em Educação Ambiental para o desenvolvimento sustentável, doutora e indígena;
- Maria Betânia de Carvalho Fidalgo Arroyo, Diretora Regional do Grupo Ser Educacional e Reitora da Universidade da Amazônia (UNAMA);
- Irmã Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante, Defensora de Direitos Humanos e Presidente do Instituto Dom José Luís Azcona;
- Mônica Rei Moreira Freire, Promotora de Justiça da Infância e Juventude de Belém e Coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (CAOIJ);
- Ubiragilda Silva Pimentel, Subprocuradora de Justiça para a área Técnica-Administrativa e 11ª Procuradora de Justiça Criminal;
- Vyllya Costa Barra Sereni, Promotora de Justiça;
- Zélia Amador de Deus, Professora emérita da Universidade Federal do Pará (UFPA) e militante na luta antirracista e pelos direitos da população negra.
Dando boas vindas às homenageadas, o Procurador-Geral de Justiça, César Mattar Jr., iniciou o evento destacando a articulação do Ministério Público para alcançar a equidade de gênero dentro da instituição, onde reitera a importância de realizar uma premiação que reconheça o trabalho desenvolvido por essas mulheres.
“Desde que nós assumimos no dia 12 de abril de 2021, de pronto colocamos na nossa administração, por questão de justiça, quase 70% de mulheres. Mas esse fortalecimento não se deve apenas ao compromisso com a inclusão, ele se deve, na verdade, em função da necessidade de reconhecermos quem faz a diferença. Não basta ser mulher para ser homenageada, precisa ser mulher e que esteja entre aquelas que fazem a verdadeira razão de existir Ministério Público, de fortalecer a participação daquelas que fazem a diferença. Este é o compromisso da nossa instituição”, destacou o Procurador-Geral.
Idealizado pelo Núcleo Mulher, o “Mulheridades: somos muitas, somos múltiplas” tem como objetivo principal reconhecer as mulheres articuladas no trabalho de proteção à mulher em situação de violência doméstica e na efetividade dos direitos e garantias das mulheres, e que de alguma forma, demonstraram distinta relevância em suas respectivas áreas de atuação em prol de outras mulheres.
Para a Coordenadora do Núcleo Mulher, promotora de justiça Luziana Dantas, o “Mulheridades” vem para exaltar as subjetividades e vivências pertencentes à realidade de cada mulher homenageada.
“O termo ‘Mulheridades’ alcança todas as mulheres, de forma multifacetada, então por isso procuramos dar a maior diversidade possível às homenageadas, que são mulheres trans, mulheres negras, mulheres indígenas, mulheres juristas, mulheres professoras, que fazem a diferença da sua forma de contribuir para a sociedade, pra que ela seja transformada de forma mais justa entre mulheres e homens, mas também pela própria trajetória de superação e enfrentamento a esse sistema patriarcal e as interseccionalidades, que abrange recortes além do ser mulher, mas também os recortes racial e de sexualidade em que elas estão inseridas, por exemplo. É um enfrentamento conjunto e diário em que essas mulheres vivenciam vulnerabilidades maiores do que mulheres brancas e heterossexuais, por exemplo”, explica a coordenadora do Núcleo Mulher.
Entre as homenageadas, estava a Coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos do MPPA, Promotora de Justiça Ana Cláudia Pinho, que falou sobre a necessidade de se criar espaços verdadeiramente democráticos para as mulheres através da inclusão, especialmente, através da articulação do MPPA com a sociedade.
“Desde a primeira gestão do PGJ César, no primeiro discurso de posse, tem uma frase que de vez em quando repito, que é assim: muitas pessoas precisam do Ministério Público, mas algumas precisam mais do que outras, ou seja, de efetivamente voltar os olhos às pessoas mais vulnerabilizadas dentro da sociedade paraense. E desde o início, o MP abraçou essa questão, sendo um princípio frutificado rapidamente dentro da instituição”.
“Essa é uma demonstração do Ministério Público em otimizar os seus trabalhos e serviços para esse nicho da sociedade que é historicamente vulnerabilizado. Então, Luziana, quando você desenvolve o Mulheridades, e quando eu olho para as pessoas homenageadas, eu vejo que temos aqui mulheres negras, mulher trans, eu, que sou uma mulher lésbica, temos professoras, a reitora da Universidade da Amazônia, uma mulher indígena, defensoras de direitos humanos, que também é uma grande inspiração para nós. Temos recortes aqui importantíssimos, que dizem com cada identidade, subjetividade daquilo que, de modo geral, a gente chama de mulher”, explica a promotora de justiça.
A professora emérita da UFPA e militante da luta contra a desigualdade racial, Zélia Amador de Deus, também foi uma das homenageadas, o que emocionou as presentes durante a entrega dos prêmios.
Ao final do evento, também ocorreu o lançamento do livro "As Poesias da Mulher – Caminhos da alma, laços familiares e desafios da sociedade", de autoria do Promotor de Justiça de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Belém, Franklin Lobato. O momento de autógrafos contou com um show da banda "Beatles Forever".
Confira abaixo mais fotos do evento "Mulheridades":
Texto: Bianca Galhardo, Ascom/MPPA