Descrição da imagem: na foto aparecem várias pessoas que participaram do evento, todas reunidas de pé, dentro do auditório. Todos usam máscaras.  

Na tarde desta quarta-feira (10), aconteceu o lançamento da Agenda Antirracista do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). O evento promovido pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos (CAODH), contou com a participação de integrantes da Negritar Produções. A agenda consiste numa programação de conscientização a respeito da luta antirracista e da cultura negra.

No lançamento foram exibidos dois episódios da websérie “Pretas”, que retrata a história de amizade e irmandade entre duas jovens negras e suas relações familiares e com a religião. A promotora de Justiça auxiliar do CAODH, Bethânia Corrêa, reforçou que o intuito da agenda é o esclarecimento, tanto do público interno da instituição, quanto para o público externo para “o debate, visando a conscientização do antirracismo, este é o objetivo final do CAODH. ”

Promotora de Justiça auxiliar do CAODH, Bethânia Corrêa falou para o público no começo do evento.

Foto: Alexandre Pacheco

Descrição da imagem: na foto aparece a promotora de Justiça Bethânia Corrêa falando ao microfone, ela usa uma blusa branca, calça preta, óculos de grau e uma máscara preta, ao lado dela está o coordenador do Ceaf, Edvaldo Sales. 

A agenda terá podcast, rodas de conversa, apresentações de grupos de dança e música e também a implementação no Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, em Santarém, entre outras atividades. O diretor-geral do CEAF, promotor de Justiça Edvaldo Sales, pontuou que foi escolhido o mês de novembro para realização da agenda por conta do dia da consciência negra, comemorado em 20 de novembro. “Nós resolvemos acoplar a essa instalação uma série de eventos para promover um pensamento, uma política antirracista, não só no âmbito interno do Ministério Público, mas também para toda sociedade", disse.

Pronunciamento do diretor-geral do Ceaf, Edvaldo Sales, no início do evento

Foto: Alexandre Pacheco

Descrição da imagem: na foto aparece o diretor-geral do Ceaf, Edvaldo Sales, de pé, falando ao microfone, ele usa um terno preto, gravata amarela, óculos de grau e máscara azul. 

Após a exibição dos episódios da websérie, as roteiristas da Negritar Produções Mayara Coelho e Joyce Cursino comentaram as produções. Mayara Coelho destacou que há um déficit de representações negras no audiovisual comercial, não apenas de atores, mas também nas equipes de roteiristas, diretores e produtores, de maneira que se torna fundamental que os profissionais negros, indígenas e quilombolas dessa área contem suas histórias. Mayara é roteirista da segunda temporada da websérie, “Pretas na Pandemia” feita especialmente para ser exibida nas redes sociais. 

Joyce Cursino, que além de roteirista é atriz e fundadora da Negritar Produções, afirmou a importância de criar políticas públicas antirracistas e de debater o assunto ao longo do ano inteiro, “Não existe justiça com racismo... esse problema está na base, educação política e os órgãos públicos quando colocam com esse propósito de trazer o debate, estão investindo na base, para que lá na frente não precisem estar com processos sobre racismo, porque vamos começar a combater esse processo na base, fazendo educação comunitária, dentro dos órgãos públicos.  Com essa grande união na luta antirracista, assim conseguimos avançar. ” 

Roteiristas da Negritar Produções comentaram os dois episódios do websérie "Pretas" e a necessidade de políticas públicas

Foto: Ascom

Descrição da imagem: na foto aparecem Joyce Cursino e Mayara Coelho, ambas estão sentadas em um sofá de frente para o público e seguram microfones, no momento da foto quem estava falando era Joyce, que segura o microfone próximo à boca. As duas estão usando máscaras azuis. 

Ao final da programação da Agenda Antirracista, no dia 30 de novembro, serão exibidos episódios da nova temporada da websérie. “Pretas na Pandemia”, retrata histórias de muitas mulheres, dificuldades e violências que foram e estão sendo enfrentadas nesse momento de pandemia, Joyce pontuou que “é uma forma de demarcar esse espaço no tempo, na história, como algo que não passou, que não acabou, que não pode ser banalizado. Uma maneira de denunciar essas histórias, para que não aconteçam mais. ”

Texto: Juliana Amaral, Ascom