Justiça ordena que prefeitura crie toque de recolher em Santa Luzia
Iniciou nesta terça o prazo para que a Prefeitura de Santa Luzia estabelece medidas mais rígidas de prevenção contra a covid-19. A ordem veio da Justiça Estadual, que deferiu Ação Civil do Ministério Público que solicitava toque de recolher na cidade, fiscalização do uso de máscaras, distanciamento social e proibição de aglomerados de pessoas. A decisão foi expedida no último dia 26, entrou em vigor esta semana e deu até 5 dias para que o prefeito e secretário de saúde cumpram a ordem, sob pena de multa de R$10mil por dia de atraso.
No documento, a Justiça determinou que a Prefeitura crie toque de recolher de 22h às 5h da madrugada e fiscalize o uso de máscaras, distanciamento social e outras medidas sanitárias estabelecidas pelo decreto estadual nº800 e por decretos do município. A sentença também ordena que seja proibido qualquer tipo de reunião ou manifestação que agrupe mais de 10 pessoas e a prática de esportes coletivos com mais de 4 pessoas.
A Prefeitura também deverá realizar campanhas em redes sociais, rádios, carros de som para informar a população sobre as medidas sanitárias contra covid-19, a obrigação de cumpri-las e as sanções para quem desobedecer.
A Ação foi ajuizada no fim de março pelo promotor de Justiça Daniel Mondego Figueiredo devido a falta de iniciativa do poder público. Segundo o promotor, foi feita uma reunião com o secretário de saúde no início de março para discutir formas de diminuir a contaminação por covid-19 no município. No encontro virtual, secretário admitiu que a população não está informada o bastante sobre os riscos da doença.
Após a reunião, uma recomendação foi expedida para a Prefeitura e Secretaria Municipal de Saúde pedindo medidas mais rígidas para impedir a circulação do novo coronavírus. O documento foi entregue ao poder público, entretanto não houve resposta. De acordo com o promotor, a prefeitura foi contatada uma segunda vez, mas novamente nada foi feito.
Para Figueiredo, se nada for feito agora, muitas pessoas podem contrair a doença e não há garantia de leitos e atendimento para todos. “Sem o cumprimento das medidas sanitárias o número de infectados pelo novo coronavírus em Santa Luzia do Pará aumentará, com o consequente aumento da demanda por leitos hospitalares. Cabe frisar que os hospitais de retaguarda, situados em Belém, Bragança, Capanema e Castanhal já possuem taxa de ocupação elevadíssima, estando à beira do colapso, o que instou os gestores estaduais e municipais a decretarem lockdown na região administrativa de Belém”, pontuou o promotor, no texto da Ação.
Texto: Sarah Barbosa
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