Em audiência na tarde desta quarta-feira com o procurador-geral de justiça do Pará, Gilberto Valente Martins, o embaixador do Canadá no Brasil, Riccardo Savone, tratou sobre parcerias que a embaixada canadense tem firmado no Brasil para fortalecer o sistema de justiça no país norte-americano. Ele citou o exemplo de um acordo com o Conselho Nacional de Justiça que prevê a capacitação de juízes sobre métodos de justiça restaurativa e composição de conflitos.

A visita ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) fez parte de uma agenda de encontros institucionais do embaixador em Belém nesta semana. Riccardo Savone esteve na sede do MPPA acompanhado por Jason Reeve, conselheiro-chefe do Departamento Comercial canadense.

Além de abordar as parcerias institucionais, Riccardo Savone expressou o seu apoio às investigações do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) que apuram suspeitas de vazamento de rejeitos das operações da Hydro Alunorte em rios de Barcarena. Ele pontuou, contudo, a preocupação com os efeitos que a redução na produção da empresa pode ocasionar em escala global.

“O Pará é o estado que mais exporta produtos ao Canadá, em especial a alumina”, comentou Savone, referindo-se ao composto químico que é produzido pela Hydro Alunorte em Barcarena e serve de matéria-prima para a produção de alumínio. Ele citou que empresas instaladas no Canadá dependem do produto exportado pela indústria norueguesa e que a queda no fornecimento da alumina pode ter impactos negativos na economia canadense.

Apesar disso, ele destacou que o governo canadense apoia que as denúncias de contaminação sejam apuradas e que os fatos sejam esclarecidos. “Queremos que os produtos que chegam ao Canadá respeitem as leis e o meio ambiente”, reforçou o embaixador, que veio a Belém para encontros com o MPPA e representantes do governo estadual.

O procurador-geral Gilberto Martins detalhou a linha de atuação do Ministério Público em relação às denúncias contra a Hydro Alunorte e explicou que não é intenção do órgão fazer com que a empresa encerre as suas atividades no Pará. “Queremos apenas garantias de que a empresa pode operar de forma sustentável e com viabilidade socioambiental”, esclareceu Martins.

Texto: Assessoria de Comunicação Social