Em evento alusivo ao Outubro Rosa, MPPA destaca a importância da prevenção e do apoio em casos de câncer
Nesta quinta-feira (10), o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio do Departamento Médico-Odontológico (DMO) e da Comissão de Saúde, realizou em Belém, no auditório Fabrício Ramos Couto do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), evento alusivo à campanha Outubro Rosa, que visa conscientizar, principalmente, as mulheres sobre o câncer de mama. Além de presencial, a atividade foi transmitida pelo youtube do CEAF.
Com a presença de especialistas de várias áreas da Medicina, a programação teve o objetivo de promover a educação em saúde com foco na prevenção do câncer, estimular o autocuidado, esclarecer sobre os tipos de câncer que afetam as mulheres, dialogar sobre o tratamento e a busca de qualidade de vida.
Participaram do evento o procurador-geral, César Mattar Jr.; a diretora do DMO, Daniela Oliveira; a chefe de divisão médica do DMO, Márcia Ribeiro de Oliveira; a subprocuradores-geral para área técnico-administrativa, Ubiragilda Pimentel; o diretor do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), José Edvaldo Sales; o assessor da Procuradoria-Geral de Justiça, Alexandre Tourinho; e os médicos palestrantes, Flávia Vasconcelos, Allan Rendeiro e Marcilene Ribeiro.
Na abertura, o procurador-geral de Justiça César Mattar Jr. enfatizou o engajamento do MPPA com a promoção da saúde. “O Ministério Público não pode permanecer a margem de um movimento tão significativo, o outubro rosa, que já algum tempo alerta a população sobre alguns problemas que tem reflexos na área da saúde, como câncer de mama e o câncer do colo do útero. Além disso, alerta também que as enfermidades têm reflexo direto na vida das famílias. Se algum êxito os tratamentos alcançam, é exatamente em função do movimento de prevenção e de atenção a esse cancro.”, afirmou.
Por sua vez, a chefe da divisão médica do Departamento Médico-Odontológico (DMO) do MPPA, Márcia Oliveira, pontuou que: “A maioria de nós conhece alguém próximo que sofre ou já sofreu com o câncer. Então, nós precisamos trazer mais informação e não tratar essas doenças como um tabu. Necessitamos abrir o diálogo e por isso resolvemos trazer palestrantes que são pessoas extremamente competentes em suas áreas.”
Palestrantes abordaram o tema com foco na prevenção
- Câncer de mama
A médica mastologista Flávia Vasconcelos esclareceu questões sobre o câncer de mama, o tipo que mais acomete as mulheres. A doença é causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos.
Apesar de também poder atingir os homens, a médica destacou que dentre os principais fatores de risco para o câncer de mama é ser do sexo feminino, idade (devido ao desgaste natural das células), fatores genéticos (com influência do histórico familiar) e fatores comportamentais (ingestão de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade, sedentarismo
Com isso, Flávia Vasconcelos alerta para a importância do auto exame, ressaltando que ele não anula a necessidade de consultas e exames de mamografias a partir dos 40 anos, se não houver fator de risco, e desde os 35, caso haja histórico da doença na família.
- Câncer ginecológico
Já o médico ginecologista e obstetra, Allan Rendeiro, abordou os cânceres ginecológicos, dos quais se destaca o câncer do colo do útero, tumor que se desenvolve a partir de alterações celulares causadas pelo papilomavírus humano (HPV). O médico frisou que o HPV também causa lesões e verrugas, como por exemplo, na região genital e anal.
Além disso, Allan Rendeiro reforçou a importância da vacina contra o HPV, que tem como público-alvo meninas e meninos de 9 a 14 anos. A vacina distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS), estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos contra a doença, o que evita a infecção pelos quatro tipos mais prevalentes do vírus, sendo que dois (tipos 16 e 18) estão altamente relacionados ao desenvolvimento de câncer do colo do útero.
- Espiritualidade, avaliação do perfil neuropsicológico e qualidade de vida
A psicóloga Marcilene Ribeiro trouxe a questão do cuidado com os aspectos neuropsicológicos e a espiritualidade no contexto de tratamento de doenças como os cânceres. A palavra espiritualidade é tratada pela psicóloga a partir da definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), como a percepção que a pessoa tem do seu lugar na cultura em que vive, e de seus valores em relação às suas expectativas, objetivos, preocupações e padrões.
Dentre as formas de auxiliar pessoas em tratamento de câncer, Marcilene Rendeiro explica que estão previstas no SUS as chamadas Práticas Integrativas e Complementares (PICS), abordagens terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade. A psicóloga ressalta que as PICs são fundamentais posto que, muitas pessoas, se sentem desanimadas e solitárias diante de tratamentos como quimioterapia.
Qualquer dúvida sobre o tema, os integrantes do MPPA podem procurar o Departamento Médico-Odontológico.
Texto: Eduardo Miranda, Ascom
Fotos: Alexandre Pacheco