Tecnologias sociais são pauta de reunião entre MPPA e governo estadual
Profissionais do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) visitaram, nesta terça-feira (3), o Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), em Belém, a fim de conhecer os serviços e as potencialidades do local e para discutir políticas voltadas para aplicações de tecnologias sociais e ambientais no Pará. A visita surgiu a partir de um convite da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), que busca apoio na disseminação de tecnologias sociais que garantam, por exemplo, o saneamento básico e o acesso a água potável em comunidades carentes no Pará.
Os participantes conheceram os projetos do Grupo de Estudos em Gerenciamento de Água e Reuso de Efluentes (Gesa), da Faculdade de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal do Pará (UFPA), que está implantando o Núcleo de Controle Ambiental dentro do PCT Guamá. O núcleo realizará serviços tecnológicos em engenharia nas áreas contaminadas, no tratamento de água de abastecimento doméstico e industrial e no tratamento de resíduos sólidos. Um exemplo apresentado pelo integrante do projeto e professor, Neyson Mendonça, foi um projeto de tratamento de chorume nos aterros sanitários.
A programação seguiu com a visita ao Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA) e ao Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, Automação e Eletrônica (Lasse), os quais estão instalados dentro do PCT Guamá.
O encontro terminou com a apresentação do projeto da Universidade Federal Rural da Amazônia, trabalhado em parceira com a Sectet, chamado “Segurança Hídrica e Saneamento Básico Descentralizado, por meio de Tecnologias Sociais, na Região Insular em Belém”, que prevê a implantação de 15 sistemas de abastecimento de água da chuva para promover a segurança hídrica de 15 famílias ribeirinhas na Ilha das Onças, no município de Barcarena.
A professora e coordenadora do projeto, Vania Neu, mostrou, ainda, o Banheiro Ecológico Ribeirinho, um modelo descentralizado de saneamento adaptado às áreas de várzea da Amazônia, o qual isola os dejetos humanos em recipiente impermeável para que não haja vazamento do conteúdo para a água do rio. “São soluções baratas, de fácil reaplicação e trabalhadas junto com a comunidade”, pontuou a professora.
A promotora de justiça Myrna Gouveia, coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do MPPA, acompanhou a visita e apontou ações futuras em conjunto com o PCT Guamá e a Sectet. “Vislumbro a possibilidade de sugerir projetos que envolvam tecnologias sociais, como esses apresentados aqui, na aplicação de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC). Seria uma forma de disseminar tecnologias de baixo custo para beneficiar comunidades carentes. Além disso, o PCT Guamá pode auxiliar no trabalho do Ministério provendo laudos especializados a partir das pesquisas científicas trabalhadas dos laboratórios aqui residentes. Sem dúvida é uma parceria que iremos estudar futuramente”, afirmou.
Texto: Assessoria de Comunicação Social (com informações da Sectet)