O município de Cachoeira do Arari, localizado na Ilha do Marajó, recebeu entre os dias 18 e 21 de agosto a terceira fase do projeto “Rios de Proteção – O MPPA no Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes no Arquipélago do Marajó”, promovido pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (CAOIJ). A iniciativa integra uma estratégia de enfrentamento às violações de direitos que afetam a população infantojuvenil na região.

Com duração prevista de dois anos (de abril de 2025 a março de 2027), o projeto surgiu como resposta articulada às graves violações sexuais que afetam a população infantojuvenil dos 17 municípios do arquipélago do Marajó, onde 14 cidades apresentam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo ou muito baixo.

Em parceria com a Promotoria de Justiça de Cachoeira do Arari, a ação focou na capacitação de membros do MPPA, servidores públicos, estagiários, integrantes da rede de proteção e representantes da sociedade civil.

A programação contou com uma série de atividades que incluíram palestras, oficinas interativas, rodas de conversa, além de ações educativas e culturais. O evento também teve a assinatura de um termo de compromisso entre o Ministério Público e a Prefeitura Municipal para a construção de um fluxo integrado de atendimento às vítimas de violência sexual infantojuvenil.

A promotora de Justiça Patrícia Carvalho Araújo, coordenadora do CAOIJ, destacou a importância do projeto no contexto regional. "Estamos aqui em Cachoeira do Arari, trazendo mais uma edição do projeto Rios de Proteção, buscando espalhar uma correnteza de proteção ao longo desse nosso Marajó para as nossas crianças e adolescentes, principalmente no enfrentamento à violência sexual e a qualquer outro tipo de forma de violência."

"A gente procura trazer uma informação de qualidade, acolhimento, empatia e estar próximo da comunidade. Esse projeto é maravilhoso, legal e hoje essencial para as nossas crianças e adolescentes. Nós estamos contando com a realização desse projeto, entendendo que é muito abrangedor e acolhedor nos tempos que nós estamos vivendo, diante de tantas violações que nós enfrentamos na nossa realidade", ressaltou.

Ainda segundo a promotora, esta etapa foi fundamental para fortalecer a rede de proteção em Cachoeira do Arari. "Conseguimos capacitar a rede de proteção, tirar dúvidas, fortalecer a rede, realizar oficinas de estudo de caso e oficinas sobre como notificar casos de violência na área da saúde. Também promovemos rodas de conversa com adolescentes e com pais, além de momentos com crianças pequenas, ensinando sobre autocuidado", afirmou.

Agora, a programação segue para outras etapas e municípios do arquipélago, dando continuidade ao projeto que visa garantir a proteção e a garantia de direitos da população infantojuvenil do Marajó.

 

Texto: Hannah Franco/Ascom