3ª Promotoria de Justiça Defesa das Pessoas com Deficiência e Idosos promoveu, nesta 2ª feira (12), a apresentação do projeto "De mãos dadas: visibilidade para todos e todas", etapa "Eles por Eles", em defesa do homem com deficiência e dos filhos e filhas. O evento ocorreu durante a manhã no auditório da Promotoria da Infância e foi conduzido pela promotora de Justiça Elaine Castelo Branco.

O projeto “De mãos dadas” é uma iniciativa do Ministério Público do Estado do Pará e realizado em quatro etapas: 1) Elas por elas; 2) Ellas por eles; 3) Eles por eles; e 4) seminário final. O método utilizado consiste no relato e destaque de histórias de pessoas com deficiência, que, apesar de suas limitações físicas ou sensoriais, obtiveram conquistas nos âmbitos pessoal, profissional, esportivo, entre outros, de modo que possam inspirar e incentivar outras pessoas com deficiência.

Instituições ligadas a questão da pessoa com deficiência participaram do evento

Foto: Alexandre Pacheco

O formato adotado é o “bate papo” interativo de experiências de pessoas com deficiência e pais de PCD, os quais abordam os desafios para a inclusão e superação de limites e como romperam barreiras nesse propósito.

O projeto pretende dar visibilidade e empoderamento às pessoas com deficiência, bem como, fornecer dados e incentivo para iniciativa de políticas públicas que promovam maior inclusão.

A iniciativa surgiu após a promotora de Justiça Elaine Castelo Branco identificar nas demandas da Promotoria e em diversos eventos que participou, as dificuldades que as pessoas com deficiência, suas famílias, em especial as mães de pessoas com deficiência, enfrentam por não serem percebidas pela sociedade como perfeitamente capazes de exercerem atividades, apesar do seu potencial.

 

Subprocuradora de Justiça Cândida Nascimento

Foto: Alexandre Pacheco

 

A subprocuradora-geral para a área jurídico-institucional, Cândida Ribeiro Nascimento, que representou a Procuradoria-Geral de Justiça na abertura do evento, parabenizou a iniciativa da Promotoria que desenvolve o projeto. “É muito importante integrar pessoas, aproximando-as e unindo-as. A troca de experiências é positiva, pois muitas vezes vivemos uma experiência pensando que é única. Quando as pessoas estão juntas e fazem roda de conversas, aprendendo com a experiência do outro, elas saem fortalecidas”, frisou.

 

Supervisor administrativo do CAO José Maria Lima Junior

Foto: Alexandre Pacheco

 

O supervisor administrativo dos Centros de Apoio Operacional, José Maria Lima Junior, destacou que o evento tem muitos parceiros e uma clara intenção de articulação interinstitucional. “Com as instituições conscientes das suas responsabilidades e junto com as famílias, cada um atuando de maneira complementar com a sua responsabilidade para assegurar os direitos de inclusão e acessibilidade, conseguiremos melhores resultados”, enfatizou.

“O projeto ‘De mãos Dadas’ visa o empoderamento de pessoas com deficiência e dar visibilidade a todos que são pessoas com deficiência ou pais dessas pessoas, que são os grandes protagonistas na ajuda às mães que labutam no dia a dia na defesa da pessoa com deficiência”, destacou a promotora de Justiça Elaine Castelo.

 

3ª PJ da Pessoa com Deficiência e Idoso Elaine Castelo

Foto: Alexandre Pacheco

 

“Após a realização da última fase do projeto, que será a junção de todas as outras etapas, será produzido um resultado que será levado aos políticos e aos gestores, para que promovam ações positivas para essas categorias”, complementou a promotora.

Foram escolhidos para apresentarem suas experiências 16 homens, divididos entre homens com deficiência e homens pais de crianças com deficiência. Sempre é escolhido um representante de cada categoria: cegos, surdos, autistas, síndrome de down, deficiência física, cadeirantes, doenças neurológicas ou múltiplas, entre outras.

 

Experiências compartilhadas favorecem defesa de direitos

Foto: Alexandre Pacheco

 

Entre as experiências relatadas pelos palestrantes, José de Ribamar Nobre, pai da Carol, ressaltou a importância do envolvimento do genitor no papel de educação e inclusão de seus filhos, se fazendo presente ao lado da mãe. “Muitas vezes os afazeres de cada um afasta o pai do dia a dia, e isso sobrecarrega as mães e compromete a participação do pai, por isso é válido o esforço para compartilhar momentos”, disse.

Outro exemplo de destaque durante o evento foi do autista Lucas Quaresma, que produz HQs com histórias sensíveis e de interesse infantojuvenil.

 

Texto: Edyr Falcão
Fotos: Alexandre Pacheco