Ouvidoria e Núcleo Mulher realizam 3ª edição da Roda de Conversa com Mulheres Indígenas”, na Aldeia Akrãkikatejê, com participação inédita das Subprocuradorias-Gerais e Corregedoria-Geral do MPPA

Nesta quarta-feira, 22 de maio, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio do Núcleo de Proteção à Mulher e da Ouvidoria-Geral, realizou, roda de conversa com mulheres indígenas da aldeia Akrãtikatêjê Gavião, localizada na Terra Indígena Mãe Maria, município de Bom Jesus do Tocantins.
O encontro contou com a presença da equipe do MPPA e de caciques e cacicas do povo Gavião. A abertura da roda de conversa foi feita pela parenta Kátia Gavião que falou da importância de ter a presença do Ministério Público no território indígena e poder ouvir o que essa parcela da população tem a dizer.
Participaram o subprocurador-geral para a área Jurídico-Institucional, Eduardo Barleta; a Subprocuradora-geral para a área Técnico-Administrativa Ubiragilda Pimentel, a promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo Mulher e da Ouvidoria da Mulher, Luziana Dantas; o corregedor-geral, Sérgio Tibúrcio; o ouvidor-geral, Geraldo de Mendonça Rocha; o promotor de Justiça, João Francisco Amaral neto; a 3ª promotora de Justiça de Marabá (Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher), Elimara Moura; caciques e cacicas como Zeca Gavião e Kátia; além da geógrafa Márcia Kambeba e de Gilmara Neves representando o Conselho Municipal de Defesa dos direitos da Mulher de Marabá.
Na ocasião foram abordadas as várias formas de violência contra mulher, a Lei Maria da Penha e como poderia ser entendida pensando a vivência na aldeia e o tempo circular. Além disso, foi tratado de aspectos como cultura, memória, ancestralidade, território e sacralidade.
“O cacique ou cacica desempenha o papel de ouvidor, um mediador de conflitos, uma liderança política de um povo. Tem que ter discernimento, sabedoria para fazer escolhas certas obedecendo o entendimento que a aldeia também participa na coletividade. Por isso, existem regras diferentes das que se vive na cidade.” explicou a geógrafa Márcia Kambeba, que também é indígena.
A roda de conversa foi mediada pela promotora de Justiça Luziana Dantas, oportunidade, em que as mulheres indígenas contaram suas histórias sobre dor, violência sofrida dentro da aldeia e fora dela, violência psicológica, familiar, institucional, de gênero, entre outras.
O momento teve como objetivo demonstrar para as mulheres indígenas que não estão sozinhas e que existe ajuda no que se refere a lutas por direitos que valorizem seus saberes e protejam seus direitos na aldeia e fora dela.
Texto: Núcleo Mulher, com informações de Márcia Kambeba e edição da Ascom/MPPA