ATENDIMENTO AO CIDADÃO

Oficina capacita servidores para multiplicarem boas práticas de Gestão de Resíduos

A oficina faz parte da implementação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) do Ministério Público do Pará
Belém 03/04/19 12:54

Em continuidade a implementação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) do Ministério Público do Pará (MPPA), lançado no dia 01 de fevereiro, foi realizada na manhã de ontem (02), no auditório das promotorias da Infância e da Juventude, a "Oficina em Educação Ambiental: Formação de Agentes Multiplicadores em Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos", cujo objetivo é sensibilizar o público interno do Ministério Público para a correta destinação dos resíduos gerados pela instituição, estimulando a capacitação de potenciais agentes multiplicadores para boas práticas de gestão de resíduos. 

 A oficina de capacitação foi ministrada pelo engenheiro sanitarista e ambiental Thiago Rodriges de Matos, do Grupo de Apoio Técnico Interdisciplinar (GATI/MPPA).

Após as boas vindas repassadas pela Subprocuradora para a área Técnico Administrativa do MPPA, Rosa Maria Rodrigues Carvalho, e pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma), Myrna Gouveia, o engenheiro ambiental iniciou o curso falando sobre o ciclo de vida dos produtos, que, segundo ele, é caracterizado por um conjunto de etapas consecutivas, ao longo das quais os diversos insumos sofrem algum tipo de transformação, até a geração de resíduos.

Os catadores de recicláveis da Cooperativa
Os catadores de recicláveis da Cooperativa "Filhos do Sol"
Foto: Alexandre Pacheco

De acordo com Thiago, de um modo em geral, no último século, o ciclo de vida dos produtos tem obedecido a um sistema linear que inicia pela extração da matéria prima, passando pela produção, comércio, consumo e descarte, sendo esta última etapa a geradora de grandes problemas ambientais, pelo fato do descarte ser feito, na maioria das vezes, de forma inadequada. 

O descarte inadequado dos resíduos traz impactos negativos ao meio ambiente, como proliferação de animais nocivos e transmissores de doenças (ratos, moscas, baratas e mosquitos), além de prejuízo à saúde pública; poluição da água, do ar e do solo; mortandade de espécies da fauna e da flora, e aumento da desigualdade social.  

Para ilustrar a situação da má gestão de resíduos, o engenheiro apresentou dados recentes (2019) do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério do Desenvolvimento Regional, que detectou a existência de 157 lixões a céu aberto na região Norte. Dos 60 municípios paraenses que apresentaram informações, 49 possuíam lixões em seu território. "Este tipo de disposição é considerado crime, conforme a Lei nº 9.605/1998", destaca. 

O bom acondicionamento dos resíduos sólidos ajuda a evitar a proliferação de vetores de doenças, diminui o impacto visual, olfativo, protege os rios, facilita a realização da coleta, dentre outros benefícios.

“O meio ambiente tem a capacidade de se regenerar, mas estamos gerando mais resíduos do que a capacidade de decomposição dele” disse o engenheiro, na apresentação.

A oficina teve um caráter expositivo, que permitiu a interação dos participantes de forma direta e dinâmica. Dois microfones “rodaram” pela sala para quem quisesse fazer perguntas. Muitos participantes fizeram questionamentos e levantaram dúvidas, que foram respondidas imediatamente pelo técnico.

Dois integrantes da Cooperativa de Catadores Filhos do Sol, que atuam da coleta dos resíduos do MPPA, também falaram da experiência que têm ao exercerem suas atividades.

Segundo Eli Patrícia da Silva, uma das cooperadas, existe uma verdadeira desvalorização da figura do catador de lixo. Algumas pessoas agem até com uma falta de respeito. “Às vezes batemos nas portas e somos maltratados por pessoas que não entendem o nosso trabalho”, conta.

Nesta hora, a promotora de Justiça Myrna Gouveia e coordenadora do Caoma interviu e fez uma fala de apoio aos catadores, afirmando que a atividade exercida por eles é de suma importância para o meio ambiente. “Graças a Deus vocês existem. Nós agradecemos o que vocês fazem por nós e pela cidade”, disse.  

Os servidores capacitados na manhã de hoje de manhã irão atuar como agentes ambientais multiplicadores de informação, conscientizando os colegas de trabalho para os pequenos detalhes que podem melhorar as práticas ambientais para a correta destinação dos resíduos.  

Segundo Myrna Gouveia, a proposta é que sejam feitas duas ou três oficinas de capacitação de agentes multiplicadores, ainda este ano. “A ideia inicial é fazer duas, sendo uma em cada semestre. Porém, ainda vamos avaliar”, diz a promotora.

 
 

Texto: Ellen Vaz

  

 

 

 

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