Oficina de empoderamento feminino orienta adolescentes sobre direitos da mulher

A Promotoria de Justiça de Santarém, em parceria com a Universidade Federal Oeste do Pará (Ufopa), promoveu de terça-feira (21) até quinta-feira (23) a terceira edição do projeto “Oficinas de Empoderamento Feminino”, de iniciativa da promotoria de justiça de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher. O projeto é voltado para adolescentes entre 15 e 17 anos, alunas de escolas públicas de Santarém.
O projeto iniciou em 2017 pela promotora de justiça Luziana Dantas, e a partir desta edição tem a parceria da Ufopa, por meio de Projeto de Extensão coordenado pela professora Raiana Ferrugem. Trinta alunas da escola Onésima Pereira Barros participaram das atividades realizadas das 14h às 18h, de terça até quinta-feira (23), na sala multiuso da promotoria de Santarém.
A promotora de justiça Luziana Dantas conta que a ideia do projeto surgiu a partir da releitura de uma “oficina de desprincesamento”, ocorrida no Chile. “É muito interessante, pois as meninas estão se tornando mulheres e tem ou vão ter relacionamentos, e podem se deparar com situações de violência. Queremos fazer com que sejam multiplicadoras em casa e na escola”, informa.
Nos três dias, as alunas tiveram rodas de conversa, exibição de filmes sobre a vivência das mulheres e seus desafios, dinâmicas de sensibilização, troca de experiências, autocuidado e aulas de defesa pessoal. Para Fernanda Cunha, de 16 anos, a oficina foi importante para saber sobre os direitos da mulher. “Vai ser muito interessante expandir isso para outras meninas. A gente tem medo de sair à noite, medo de andar na rua, e acho que a gente não deveria ter isso, pois somos livres para ir e vir e devia ter respeito e igualdade”, diz.
A professora Raiana, que coordena a programação, explica que no primeiro dia a equipe procura ouvir as meninas para entender qual a percepção de gênero na sociedade e no contexto de cada uma. “Depois do acolhimento, partimos para um debate mais político, relacionado com ao contexto geral da mulher na sociedade brasileira e no mundo. Discutimos a questão da violência, do assédio, do abuso”, relata. O terceiro dia é voltado para o autocuidado. “Trabalhamos a questão da estética corporal, a autoestima, fisiologia e cuidados com o corpo feminino. Criamos um espaço seguro para trazer informações para as meninas”, conclui.
Texto e fotos: Lila Bemerguy