Núcleo Mulher participa de reunião do MPMA para debater condições de homens que praticaram violência
No último sábado (24), o Núcleo Mulher participou de reunião virtual com grupo de trabalho do Maranhão que vem desenvolvendo medidas para homens que praticaram violência doméstica. Representando o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), o promotor de Justiça titular da 3ª promotoria de violência doméstica, Franklin Lobato Prado, teve duas participações no evento. Na oportunidade ele discorreu sobre os temas masculinidade tóxica e violência doméstica.
O promotor explicou alguns conceitos como a masculinidade hegemônica, um modelo estruturado e estruturante do papel social masculino, que rejeita traços e comportamentos considerados femininos, como a valorização e expressão de sentimentos. No entanto, esse modelo leva a uma série de efeitos negativos como a supressão de sentimentos e o encorajamento da violência, homofobia, misoginia e racismo. Comportamentos e padrões que também levam à prejuízos pessoais aos homens, causando problemas emocionais. Destaca-se que somente no Brasil, a taxa de suicídio é quatro vezes maior entre homens. Portanto, compreende-se que é necessário renovar este conceito, considerando que a masculinidade é múltipla e precisa de constante adaptação às demandas relacionais vigentes.
O grupo de trabalho desenvolvido pelo Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA) atende especialmente a esta demanda, por meio do Grupo Reflexivo para Homens: construindo uma cultura de paz e respeito. Destinado a homens autores de violência doméstica que possuem Medidas Protetivas de Urgência vigorando em seu desfavor, o grupo é composto por 15 homens e tem duração de 3 meses. São 14 encontros no total e todos são realizados de forma online. No grupo são trabalhados diferentes temas, como gênero, violência, Lei Maria da Penha, Direitos Humanos, saúde do homem, dependência química, comunicação não-violenta, inteligência emocional, entre outros. Com apenas um ano de funcionamento, atualmente já está no 6° grupo e já passaram por ele 50 homens desde o início.
Texto: Juliana Amaral, Ascom