MPPA recomenda reforço nos serviços básicos de saúde

A pandemia causada pelo novo coronavírus atingiu uma nova fase: a interiorização. Enquanto as capitais têm se esforçado para controlar o número de infectados, a doença se espalha pelo interior do país, onde há menos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e menos acesso aos itens de proteção e à informação. Caso a doença se alastre pelo interior do estado do Pará, pessoas com quadros grave da doença terão que viajar longas distâncias para receber atendimento adequado nos grandes centro urbanos.
Para tratar da doença no estágio inicial, a Promotoria de Justiça de Anapu recomendou à Secretaria Municipal de Saúde que reforce os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS), para garantir o tratamento adequado logo nos primeiros sinais de contaminação pela covid-19.
A recomendação foi assinada pela promotora de Justiça Lívia Tripac Mileo Câmara, no dia 23 de maio. No documento, Lívia orienta o órgão municipal de saúde a fornecer testes rápidos, medicamentos contra covid-19 e Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para que os profissionais possam atender os pacientes. A secretaria também fica encarregada de implementar a teleconsulta. Dessa forma, médicos e enfermeiros do grupo de risco podem realizar atendimento em segurança. Além do tratamento contra o novo coronavírus, as Unidades Básicas de Saúde de Anapu devem continuar com os atendimentos rotineiros como pré-natal, vacinação, e outros.
As Equipes de Saúde da Família e os Agentes Comunitários de Saúde devem trabalhar para identificar casos de pessoas infectadas pelo novo vírus através das visitas aos domicílios, e encaminhar esses pacientes às UBS para que recebam tratamento antes que a doença evolua.
No texto da recomendação, a promotora reforça a importância do tratamento logo no ínicio da doença e explica que a “Atenção Primária à Saúde (APS) representa o nível de atenção capaz de identificar precocemente os casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus, por meio de suas equipes de saúde da família e enfoque comunitário e territorial”. Dessa forma é possível tratar o paciente no estágio inicial da doença e “evitar o colapso dos serviços de média e alta complexidade e o deslocamento desnecessário das pessoas para os estabelecimentos de saúde”, disse Lívia Câmara.
A promotora pede ainda que a Secretaria de Saúde informe a população, para que busquem atendimento assim que perceberem os primeiros sintomas da covid-19, pois “a maioria da população tem procurado os estabelecimentos de saúde já com o quadro agravado da doença, dificuldade respiratória e precisando de auxílio mecânico para respirar ou de vagas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que estão no limite de sua lotação ou indisponíveis”, explica Lívia.
Texto: Sarah Barbosa
Edição: Edyr Falcão
Foto: PxHere