A fim de evitar a disseminação do novo coronavírus no município de Benevides, o Ministério Público do Estado expediu Recomendação solicitando providências relativas ao manejo de corpos durante a pandemia. O objetivo é promover medidas de prevenção, controle, contenção de riscos e danos mais graves à saúde pública.

O documento, elaborado pelos promotores Laércio Guilhermino de Abreu e Sabrina Said Daibes de Amorim Sanchez, foi encaminhado ao prefeito de Benevides, secretário municipal de saúde, secretária municipal de assistência social, diretor municipal de vigilância em saúde, representantes legais de funerárias, cemitérios, capelas mortuárias, instituições de moradia, hospitais privados e órgãos públicos (hospitais públicos, vigilância em saúde, UPA’s, SAMU e IML).

Dentre as várias orientações, o documento destaca que é de fundamental importância que, durante o manejo de corpos de pessoas infectadas pela covid-19, os profissionais estejam protegidos da exposição a sangue e fluidos corporais infectados, objetos ou outras superfícies contaminadas. Tais cuidados devem iniciar ainda durante a ocorrência hospitalar onde também deve ser limitado o reconhecimento do corpo a um único familiar.  

Os profissionais que atuam no transporte, guarda e alocação do corpo no caixão também devem adotar medidas de precaução até o fechamento do mesmo.

O óbito hospitalar por covid-19 deve ter declaração emitida por médico do estabelecimento de saúde. Quando as ocorrências ocorrerem em ambiente domiciliar ou instituições de moradia a orientação é para que os familiares/responsáveis ou a gestão dessas instituições não manipulem os corpos.

Após a informação do óbito, em se tratando de caso suspeito de covid-19, o médico atestante deve notificar a equipe de vigilância em saúde que deverá proceder à investigação do caso e verificar a necessidade de coleta de amostras. Vale ressaltar que o transporte do corpo até o necrotério deverá observar medidas de precaução.

Se a ocorrência acontecer num espaço público, as autoridades locais informadas deverão dar orientações para que ninguém realize contato com o corpo. O manejo deverá seguir as recomendações referentes à ocorrência dos óbitos em domicílio. A elucidação dos casos de morte decorrentes de causas externas é de competência do Instituto Médicos Legal (IML).

Caso a colheita de material biológico não tenha sido realizada em vida, deve-se proceder a coleta post-mortem no serviço de saúde. É necessário que seja definido um fluxo de coleta e processamento das amostras.  Havendo extrema necessidade de necropsia para casos suspeito de covid-19, esse procedimento deve ser realizado em sala totalmente adequada a este fim.

A Recomendação também solicita o uso de equipamentos de proteção individual durante a autópsia como luvas cirúrgicas duplas; macacão ou avental impermeável; óculos ou escudo facial; capas de sapatos ou botas impermeáveis, etc.

O documento também traz orientações sobre manipulação de amostras, descarte e limpeza de material, emissão de declaração de óbitos, comunicação a familiares entre outros.

Veja a íntegra da Recomendação

Texto: Mônica Maia, Assessoria de Comunicação
Imagem: Pixabay