MPPA realiza evento "Falas de mulheres: Diversidade, desenvolvimento e política"

Descrição de Imagem: na foto aparecem várias pessoas reunidas em um auditório, na parte da frente há uma mesa onde estão quatro mulheres, uma delas segura um microfone, ao lado da mesa há um telão e ao fundo uma cortina vermelha. O ambiente tem paredes e teto claros e o piso escuro, no tom de cinza.
Na manhã desta quarta-feira (9), o Ministério Público do Estado do Pará realizou o evento "Falas de mulheres: Diversidade, desenvolvimento e política", no Auditório Fabrício Ramos, localizado no prédio do CEAF.. A programação foi realizada em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, e proporcionou um espaço para debater diversas pautas importantes sobre a temática das mulheres, e teve como convidadas mulheres negras, indígenas, trans e travestis.
O evento foi promovido pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), Centro de Apoio Operacional Cível, Processual e do Cidadão (CAO CPC), Núcleo Eleitoral, Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH) e Núcleo de Proteção à Mulher.
Além de seguir a agenda do 8M, o evento desta quarta-feira também trouxe o aspecto político na sua abordagem devido ao período eleitoral que ocorrerá este ano. “O aspecto político diz respeito ao ano de 2022, que é um ano de eleições, e o Núcleo Eleitoral, que também sou coordenador, está engajado também nesse evento para ser o primeiro de uma série de eventos relacionados ao debate eleitoral durante este ano”, frisou o diretor-geral do CEAF e coordenador do Núcleo Eleitoral, promotor de Justiça Edvaldo Sales.

Descrição da imagem: na foto aparecem quatro mulheres, sentadas a mesa, falando para o público. A primeira da esquerda para direita está falando ao microfone, as outras três estão observando enquanto ela fala. Em cima da mesa está mais um microfone e alguns outros objetos.
Ângela Balieiro, promotora de Justiça e coordenadora do CAO CPC, destacou que as mulheres sofrem muitos abusos nos cargos políticos que ocuipam e não há uma assistência direcionada a essas mulheres nesse contexto de violência. "Por isso o CAO CPC trouxe essa fala, dada a proximidade das eleições majoritárias e a pouca visibilidade que alcançam as mulheres na partriicpação desse pleito eleitoral. Quando se elegem, enfrentam durante o tempo de duração de seus mandatos diversas formas de violência, o que pode causar desetímulo".
De acordo com a Promotora de Justiça Ana Claudia Pinho, coordenadora do CAODH, o evento foi realizado para trazer ao âmbito do MPPA as demandas de mulheres que fazem parte de grupos mais vulnerabilizados na sociedade. “Para além da violência estrutural que a mulher já sofre por conta do gênero, ou seja, por conta do fato de ser mulher, existem violências extras que mulheres de grupos mais vulnerabilizados sofrem. Aqui nós vamos ter a fala de uma mulher indígena; de uma mulher negra; de uma mulher trans. São condições específicas de grupos mais vulnerabilizados que chamam a necessidade de um olhar mais cuidadoso do Ministério Público".
Para debater as temáticas propostas, o evento teve como convidadas: Márcia Wayna Kambeba, Ouvidora-Geral do município de Belém; Juliana Rodrigues Freitas; Professora da Graduação e Mestrado em Direito do Cesupa, Darlah Farias; ativista do Movimento Negro pelo Coletivo Sapato Preto, Cedenpa e Coalizão Negra por Direitos, Dandara Rudsan Sousa de Oliveira, membro da Comissão dos Direitos Humanos do Pará; e Luciane Costa Ferreira, presidente do Instituto de Desenvolvimento Social (Ideso).

Descrição da imagem: na foto aparece a mesma mesa, com quatro mulheres, mas a primeira da direita para esquerda é outra pessoa, ela quem está falando ao microfone desta vez, enquanto o restante observa.
Ao falar sobre a condição da mulher negra, a procuradora de Justiça Cândida Nascimento ressaltou a necessidade de empoderamento, para a garantia de direitos. "A mulher negra precisa se empoderar, especialmente através do conhecimento, porque ocê sabe, todos sabemos, que um grande universo de mulheres negras é constituída também por mulheres pobres, sem acesso à educação, sem conhecimento sequer dos direitos mínimos básicos que elas têm, até mesmo onde buscar saúde. Então, elas precisam ter conhecimento, e empoderamento significa conhecimento".
A convidada Dandara Rudsan participou do evento representando mulheres trans e travestis. Para ela, espaços como esses são importantes para que mulheres trans e travestis sejam ouvidas nas pautas que envolvem mulheres. “A primeira coisa que a gente espera é uma escuta de qualidade. Falando do meu lugar enquanto uma mulher Travesti, não podemos criar espaço para essas mulheres estarem apenas lá, sendo a cota daquele espaço, sendo o centro da diversidade daquele espaço. Nós temos que estar aqui para sermos ouvidas verdadeiramente, e uma escuta ativa para que consigamos reflexionar juntas, mulheres trans e mulheres cis sobre as políticas públicas do Estado”, pontuou,
Em relação às demandas de mulheres indígenas, Márcia Wayna Kambeba, ouvidora do Município de Belém, destacou os direitos da mulher indígena. Para ela, a importância do evento está relacionado a debater os direitos das mulheres indígenas em várias esferas: “Quais são os direitos que nós temos garantidos aqui? Na saúde, na educação, como mulher e como indígena, é importante esse olhar diferenciado para esse atendimento. Quais são as políticas públicas que têm para as mulheres indígenas? Eu quero trazer esse olhar, já que estou dentro de uma casa que pode estar nos apoiando, nos acolhendo".

Descrição da imagem: na foto aparecem dez pessoas, nove mulheres e um homem. Todos estão de pé, posando para foto. Algumas pessoas estão segurando certificados.
Confira aqui a programação completa dos outros eventos que ocorrerrão na agenda do 8M.
O evento "Falas de mulheres: Diversidade, desenvolvimento e política", foi transmitido on-line e está disponível no canal do CEAF, no YouTube:
Texto: Lírio Moraes, Assessoria de Comunicação