ATENDIMENTO AO CIDADÃO

MPPA promove seminário sobre racismo algorítmico e letramento racial

Belém 23/11/23 16:34

Nesta quinta-feira, 23, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio do Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (NIERAC) e do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), realizou o seminário “racismo algoritmo e letramento racial”, no auditório do CEAF.

Estiveram presentes o Promotor de Justiça e diretor do CEAF, José Edivaldo Sales; a Promotora de Justiça Renata Valéria Cardoso, representando a coordenadora do NIERAC, a Promotora de Justiça Lilian Braga; a pesquisadora Sandra Lurine, coordenadora de Pesquisa e Extensão do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará (ICJ-UFPA) e o pesquisador Tarcízio Silva da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Iniciando a programação, foi lançada a cartilha de letramento racial parceria entre o Projeto “Letramento Racial como forma de Enfrentamento ao Racismo”, vinculado ao ICJ-UFPA, e o Ministério Público. “O objetivo da cartilha é fortalecer a luta contra o racismo em todas as suas formas e, ao mesmo tempo, promover uma educação antirracista. Ninguém nasce racista. O racismo é aprendido e, desse modo, é necessário aprender a ser antirracista”, explicou o Promotor de Justiça José Edivaldo Sales.

Em seguida, a pesquisadora Sandra Lurine agradeceu a parceria com o MPPA e apontou que a cartilha “é um instrumento na luta antirracista, no enfrentamento ao racismo, para uma sociedade genuinamente democrática. Hoje, a gente lança esse produto feito com muito engajamento ético e compromisso político, mas acima de tudo com muito carinho, afeto e desejo de viver numa sociedade livre do racismo, de que as pessoas não sejam discriminadas e excluídas simplesmente pela cor da pele”.

Já na primeira mesa, a respeito do racismo algorítmico, o pesquisador da Universidade Federal do ABC, Tarcízio Silva, com estudos a respeito da Inteligência Artificial analisou que o racismo algorítmico é “uma espécie de atualização do racismo estrutural”, cuja manutenção produz vantagens em prol de um grupo hegemônico, “profundamente, dependente de uma epistemologia da ignorância para manutenção do poder”. Tarcízio pondera que tal vertente tem se tornado cada vez mais visível nas redes sociais e midiáticas.

Na segunda mesa sobre o letramento racial, a pesquisadora Sandra Lurine pondera que “o letramento racial vem na perspectiva de nós aprendermos como o racismo se manifesta, e uma vez entendendo as suas múltiplas formas de manifestação, nós podemos ver seus efeitos deletérios e, então, sermos agentes que se aliam nessa luta ao combate desse poderoso sistema de dominação”.

Assista ao Seminário “racismo algoritmo e letramento racial” pelo Youtube do CEAF.


Texto: Eduardo Miranda, Ascom/MPPA

Fotos: Alexandre Pacheco, Ascom/MPPA

 

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