ATENDIMENTO AO CIDADÃO

MPPA participa de reunião do Conselho Estadual de Diversidade Sexual

Em pauta, os procedimentos junto aos cartórios para alteração do prenome, sexo, ou ambos, no registro de nascimento ou casamento para transgêneros.
Belém 15/06/18 17:02

A promotora de Justiça de Direitos Constitucionais Fundamentais e Direitos Humanos Maria da Penha de Mattos Buchacra Araújo participou, nesta sexta-feira (15), no prédio-sede do Tribunal de Justiça do Pará, da reunião do Conselho Estadual de Diversidade Sexual da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). Em pauta, os procedimentos junto aos cartórios para alteração do prenome, sexo, ou ambos, no registro de nascimento ou casamento para transgêneros.

A reunião foi presidida pela coordenadora da Comissão de Direitos Humanos e de Repercussão Social do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), desembargadora Maria de Nazaré Saavedra,

Na última terça-feira, 12, o Diário da Justiça publicou Provimento Conjunto Nº 009/2018 das Corregedorias da Região Metropolitana de Belém e do Interior do TJPA com procedimentos que devem ser executadas pelos cartórios de registro civil. Transgêneros, que assim se declararem, maiores e capazes, e os relativamente capazes, devidamente assistidos, podem requerer pessoalmente ao Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais as alterações, independentemente de autorização judicial ou comprovação de realização de cirurgia de transgenitalização e/ou de tratamentos hormonais ou patologizantes.

Para o gerente de Livre Orientação Sexual, do Conselho Estadual de Diversidade Sexual, José Roberto Chaves Paes, o provimento resolve a principal demanda relacionada ao tema, visto que os cartórios vinham resistindo a fazer as alterações, mesmo após entendimento dos ministros do Supremo Tribunal Federal na ADI 4275 DF, que reconheceram aos transgêneros esse direito, tendo por base o princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1º, III da Constituição Federal, e no art. 58 da Lei nº 6.015/73.

O Brasil é o país que mais mata LGBTIs no mundo e que, transexuais e travestis são os mais vulneráveis. Além disso, o não reconhecimento do nome social acarreta vários tipos de constrangimentos a comunidade, em especial, na escola e no ambiente de trabalho, lembrou Isabella Santorinne, representante da Rede Paraense de Pessoas Trans. “Muitos trans abandonam a escola e não conseguem emprego por conta do não reconhecimento da sua identidade”.

O Pará é o sétimo Estado do país a baixar provimento regulamentando a questão. A desembargadora Maria de Nazaré Saavedra comemorou as últimas conquistas, lembrando que esse era um pleito antigo da comunidade LGBTI e que estava feliz de ver o Judiciário do Pará alinhado as novas diretrizes.

Texto: Vanessa Vieira, da Coordenadoria de Imprensa do TJPA
Edição 1º e 2º parágrafos: Ascom MPPA.

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