A situação dos refugiados venezuelanos no Pará - grande parte de índios da etnia Warao -, o tráfico de pessoas, bem como o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, especialmente no Arquipélago do Marajó, foram os temas abordados durante a visita que representantes da Regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) fizeram ao procurador-geral de Justiça, Gilberto Valente Martins.

Eles foram ao gabinete da Procuradoria-Geral conduzidos pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (CAOIJ), Leane Fiuza de Mello e pela promotora de Justiça auxiliar do CAOIJ Priscila Araújo, que falaram sobre as ações articuladas que estão sendo planejadas pelas três instituições no enfrentamento ao tráfico de pessoas e demais problemáticas interligaras a essa forma de criminalidade.

A promotora de Justiça Leane Mello explicou, durante a visita, que as instituições estão organizando, para o dia 28 de novembro, a realização de um grande evento, abrangendo um seminário técnico-cientifico, durante o dia, visando debater a problemática e mobilizar a sociedade. Logo após, na noite da mesma data, está sendo programado um evento artístico e musical, visando arrecadar alimentos e recursos a serem doados para segmentos sociais carentes.

Outras instituições serão convidadas a firmar parceria para realização dos eventos em questão, tais como a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), entre outras.

Ações para o Marajó foram temas da reunião

Foto: Edyr Falcão

“Tudo isso para sensibilizar a sociedade em relação à problemática do tráfico de pessoas e também para arrecadar recursos para uma segunda etapa do projeto ‘Semeando Vida’, que é voltado para crianças e adolescentes do arquipélago do Marajó, que vão participar de curso de formação em direitos humanos, a ser realizado aqui na capital, visando fortalecer o protagonismo infantojuvenil”, enfatizou a coordenadora do CAOIJ.

O bispo da Prelazia do Marajó,  Dom Evaristo Pascoal Spengler, presente à reunião, aproveitou para agradecer o apoio e o trabalho do Ministério Público do Estado na região do arquipélago. 

O procurador-geral Gilberto Martins falou do comprometimento da instituição na questão da proteção integral dos direitos das crianças e do adolescentes.

“É compromisso da Procuradoria-Geral não deixar nenhum município do Marajó sem promotor de Justiça, pois é necessário combater esse tipo de situação que vitimiza crianças e adolescentes”, enfatizou Martins.

Como o procurador-geral estava acompanhado do conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), procurador da República Sílvio Amorim, e havia compromissos externos na agenda, a visita prosseguiu presidida pela subprocuradora-geral de Justiça para a área técnico-administrativa, Rosa Rodrigues Carvalho.

“Durante a minha carreira, atuei em municípios do Arquipélago do Marajó, conheço as dificuldades e a complexidade dos problemas que a região possui. Por isso fico muito feliz e emocionada em ver todas essas iniciativas em favor da melhoria de vida daquela população”, ressaltou a subprocuradora.

Participaram da visita, pela Regional Norte 2 da CNBB, a irmã Henriqueta e o bispo Evaristo Spengler e, pelo ACNUR, a assessora de campo Janaína Galvão e a assistente de campo Bruna Coimbra.    

 

Texto e fotos: Edyr Falcão