ATENDIMENTO AO CIDADÃO

Estudo apresenta perfil epidemiológico e de saúde dos apenados do CRAMA

A pesquisa foi fruto da parceria entre a Universidade do Estado do Pará e o Ministério Público do Pará
Marabá 06/03/20 09:26

Foi publicado no periódico “Brazilian Journal of Development” no dia 27/2 o trabalho intitulado: “Saúde e Condições Socioeconômicas em uma Unidade Prisional no Sudeste do Pará”. O trabalho científico foi realizado por discentes do curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) sob orientação e supervisão da Profª Msc. Cilene Ap. de Souza Melo, professora do curso. A pesquisa foi fruto da parceria entre a UEPA e o Ministério Público do Parám (MPPA), e também teve autorização da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe). O principal objetivo da pesquisa foi investigar o perfil epidemiológico e de saúde dos apenados do Centro de Recuperação Regional Mariano Antunes (CRAMA), na cidade de Marabá, contribuindo assim para ampliação do conhecimento e melhoria das condições de saúde de unidades prisionais do Estado.

Existem diversos obstáculos que dificultam a ressocialização e a reeducação dos presos, como a precariedade nos serviços de saúde nos presídios. Dessa forma, as condições sanitárias das penitenciárias do Brasil são, por vezes, impróprias para o bem-estar biopsicossocial dos detentos, os tornando mais vulneráveis às diversas patologias

No trabalho do CRAMA Prfa. Cilene e os colaboradores analisaram variáveis como: dados sociodemográficos, socioeconômicos, jurídicos e as doenças presentes. O trabalho destaca como resultados principais que os apenados se declaram de cor parda e negra, entre a faixa etária de 19-28 anos, solteiros, que não possuíam  o segundo grau, de poder socioeconômico baixo, filhos de pais separados, condenados pelo artigo 157 seguido do artigo 217, 121 e 33. Quanto as doenças, as maiores incidências observadas foram as afecções de pele com queixas de coceira intensa e doenças sexualmente transmissíveis como gonorreia, sífilis e HIV, também foram encontrados casos de tuberculose, além de alguns casos de Hanseníase e Hepatite B.

Fica evidente que os apenados têm uma situação desvantajosa e deteriorada comparada a maioria da população, assim, é necessário a efetivação das políticas de saúde especificas para esta população, a fim de garantir o direito da saúde para todos. Segundo os autores da pesquisa o trabalho realizado no CRAMA em Marabá, apresenta-se como uma ferramenta de gestão para os diretores da unidade e Ministério Público, que pode inclusive ser útil na tomada de decisões mais eficazes no atendimento e ressocialização dos apenados.

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