Jurados do 3º Tribunal do Júri de Belém, presidido pela juíza Sarah Castelo Branco Rodrigues, em júri realizado nesta segunda feira, 01, condenaram Elden Teixeira Cirino, 27 anos, sem ocupação definida, réu confesso de matar Kleiderson Soeiro da Silva, 30 anos, e Lucas Nunes Castro, 4 anos.

A pena base aplicada ao réu foi de 22 anos, sendo reduzida em 1/6 pela confissão espontânea, restando em 18 anos e 04 meses de prisão em relação à vítima Kleiderson Soeiro.

Em relação a vítima Lucas Castro, o réu foi condenado a 23 anos e 4 meses de prisão. Por serem crimes praticados em concurso material, as penas foram somadas em 41 anos e 08 meses de prisão para cumprir em regime inicial fechado, sendo negado ao réu o direito de recorrer em liberdade da condenação.

A decisão acolheu a acusação sustentada pela promotora de justiça Ana Maria Magalhães, que atuou no júri. A promotoria sustenta que o réu é autor de homicídio qualificado, pelo motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas Kleiderson Soeiro, e o menino Lucas Castro, que foi à arena assistir o pai jogar futebol. Para a promotoria, em relação a vítima criança, o réu cometeu dolo eventual, assumindo o risco ao efetuar os disparos.  

O advogado Arlindo de Jesus Silva Castro habilitado pela familia do menino Lucas, atuou em conjunto da promotoria, habilitado pela familia do menino.

A defesa do réu, promovida pelo defensor público Rafael Sarges, sustenta que, em relação a criança, o réu não cometeu homicídio doloso e que não tinha intenção de acertar a criança.

Em interrogatório, o réu confessou a autoria dos disparos e assume que matou Keiderson da Silva. Ele alegou que a vítima teria invadido a casa da mulher e da sogra em data anterior e além de cometer furto também agrediu a esposa do réu, gerando a desavença entre ambos.

Durante a sessão do júri, iniciado por volta das 08h, prestaram depoimento seis pessoas.

Outro depoente, o dono da arena, contou que a vítima adulta costumava jogar todas as semanas com o mesmo grupo, e sempre pagava por sua participação. O depoente relatou não viu o atirador chegar. Após os disparos, o viu saindo caminhando com a arma numa das mãos, depos pegou a bicicleta e saiu com tranquilidade enquanto as vitima eram socorridas.

A criança, conforme contou o proprietário da arena, estava na entrada do local, sentada, esperando o pai, quando foi atingida na cabeça pelo disparo. Em ato continuo, mais disparos atingiram Kleiderson Soeiro.  

Acusação

O crime foi cometido na noite de 20 de março de 2018, na Arena denominada Xavante, localizada na rua Barão do Triunfo, no bairro Sacramenta, em Belém.

 Texto: TJPA