ATENDIMENTO AO CIDADÃO

Audiência reúne sociedade e rede de proteção à mulher vítima de violência doméstica

Representantes da rede de atendimento à mulher vítima de violência, associações e movimentos de mulheres participaram nesta segunda-feira (27), em Santarém, da audiência pública para tratar do combate à violência contra a mulher e lançamento do projeto Lenço e Movimento: “Violência contra a mulher tem que meter colher”. O atendimento adequado à vítima foi um dos pontos destacados na audiência, realizada no auditório da promotoria de Santarém.
Santarém 27/08/18 14:55

Representantes da rede de atendimento à mulher vítima de violência, associações e movimentos de mulheres participaram nesta segunda-feira (27), em Santarém, da audiência pública para tratar do combate à violência contra a mulher e lançamento do projeto Lenço e Movimento: “Violência contra a mulher tem que meter colher”. O atendimento adequado à vítima foi um dos pontos destacados na audiência, realizada no auditório da promotoria de Santarém.

O evento foi promovido pelo Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (NEVM), por meio do coordenador, promotor de justiça Sandro Garcia de Castro, com a parceria do pólo Baixo Amazonas, coordenado pela promotora de justiça Luziana Dantas, e titular da promotoria da Violência Doméstica e Familiar contra a muher. Participaram da abertura a secretária municipal de Trabalho e Assistência Social, Celsa Brito, a coordenadora do Centro Maria do Pará, Dyane Castro e a juiza da Vara da Violêncioa Doméstica, Carolina Maia.

De acordo com Sandro Garcia, até o ano de 2017, as três varas de Violência Doméstica correspondiam a 34% de todos os processos de Belém. “Esses númerios diminuiram, apesar de não haver diminuição de denúncias, conseguimos otimizar nosso trabalho na área processual”, explica.

Sobre o projeto “Violência contra a mulher, tem que meter a colher”, o promotor ressalta que “a omissão também é um câncer muito grande que temos que combater, em relação a todo tipo de violência, mas especialmente na doença que é a violência familiar, pois existe esse estigma de não interferir em relacionamentos”. Para melhorar o acesso às instituições de proteção no Estado, o núcleo pretende fazer um banco de dados que reúna as informações da rede de proteção no Pará.

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Na audiência representantes de movimentos como o coletivo “Juntas”, apontaram a necessidade de capacitar corretamente os profissionais que atendem as mulheres na delegacia e nos demais órgãos, para evitar casos como o relatado, de uma mulher a quem foi negado o Boletim de Ocorrência, pois tratava-se de um caso de ameaça, sem agressão física.

A coordenadora do Maria do Pará, Dyane Castro, informou que de janeiro à julho foram atendidos 717 casos pelo centro, que apoia a mulher de diversas formas, com orientação psicológica, encaminhamento para cursos profissionalizantes, reuniões familiares e encaminhamentos para tratamentos de vícios de álcool e drogas, e para o Abrigo Estadual, quando há necessidade. “Atendemos também aquela mulher que não teve ainda coragem de ir na delegacia fazer um Boletim de Ocorrência”, explica.

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Em relação ao trabalho a rede de proteção, a promotora de justiça Luziana Dantas destaca que Santarém é um dos municipios onde melhor funciona. “Depois de muitos anos de luta temos uma Deam 24 horas, com plantões aos finais de semana, temos o Maria do Pará, o apoio da secretaria municipal de assistência, enfim, o trabalho rende bons frutos, mas mesmo assim sabemos que a violência é crescente, é um problema, além de criminal, também social e precisamos ainda de muitas políticas públicas”, conclui. 

Texto e fotos: Lila Bemerguy

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