Audiência pública trata do atendimento em nefrologia no oeste do Pará
O atendimento para pacientes renais crônicos em Santarém foi tema de audiência pública promovida na quarta-feira (24) pelo Conselho Municipal de Saúde, com apoio da 8ª Promotoria de Educação e Saúde de Santarém. Participaram prefeitos da região oeste do Pará, secretários municipais, membros do Conselho estadual e de conselhos municipais e representantes dos pacientes.
O objetivo foi encontrar soluções para melhorar o atendimento em Santarém pelo Centro de Nefrologia do Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo e o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA). Essas unidades atendem pacientes do oeste do Pará e de outras regiões, e até de outros Estados, com alta demanda.
O Centro de Nefrologia do Hospital Municipal possui 10 máquinas em funcionamento. O Hospital Regional possui 27 máquinas instaladas para hemodiálise. Atende cerca de 200 pacientes em hemodiálise e mais 30 em diálise peritoneal. O serviço deve ser ampliado para 64 máquinas, com projeto já em andamento. “Com o número atual de máquinas, estamos no limite máximo de atendimento”, disse Manoel Esposito, técnico do HRBA.
De acordo com a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Gracivane Moura, há necessidade de melhorar a estrutura das unidades, as condições de trabalho, qualidade dos atendimentos, o financiamento do serviço e o acesso dos usuários à hemodiálise. O serviço deve atender às várias normatizações do Ministério da Saúde, que estabelecem as estratégias que precisam ser seguidas.
“O maior problema é a estrutura e em segundo o financiamento. Temos o anexo do Hospital Municipal e o serviço no Regional, mas não é suficiente. E há promessas do governo do estado, de que vai ampliar o atendimento. Também temos a situação do Municipal, que é a retaguarda deste serviço. Precisamos conseguir leitos para estes pacientes, melhorar a estrutura que ainda é pequena, e a falta de insumos e materiais”, destacou Gracivane.
Um dos pontos discutidos foi o repasse total do serviço ao Estado. A secretária municipal de Saúde Dayane Lima destacou que já pediram a transferência, pois não há condições do município continuar. “O processo está em tramitação e vamos fazer uma transferência do espaço e das máquinas. Essa é uma demanda constante, não vai acabar”, ressaltou. A diretora da 9º Regional da Sespa, Marcela Tolentino, informou que o Estado precisa de tempo para concretizar o projeto.
A promotora de Justiça Lilian Braga considera um avanço na discussão o fato do governo Estadual sinalizar em assumir o serviço, mas precisa dar respostas. “Temos um projeto, um cronograma. Qual a razão de estar paralisado? Precisamos de respostas, de quando a licitação vai ocorrer, quem vai coordenar”, questiona Lilian, que deve continuar acompanhando a execução do projeto.
Texto e fotos: Lila Bemerguy