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Alertas de desmatamento da Amazônia sobem 68% em um ano

publicado em 03/09/2015

 SÃO PAULO - Duas semanas depois de o governo anunciar que o desmatamento da Amazônia no ano passado foi o segundo menor da história, um novo levantamento trouxe um indicativo de que talvez a taxa oficial não se porte tão bem neste ano.

O número de alertas de alteração da cobertura vegetal na Amazônia entre agosto do ano passado e julho deste ano subiu 68,7% na comparação com o período de agosto de 2013 a julho de 2014, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (31) pelo Deter, sistema de monitoramento em tempo real do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O levantamento por satélite registrou que entre corte raso e degradação uma área de 5.121,92 km² de floresta no ano que passou, contra 3.035,93 km² no ano anterior. É o número mais alto dos últimos seis anos e equivale a 3,5 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

 

 

 

Perda equivale a 3,5 vezes o tamanho da capital paulista

Perda equivale a 3,5 vezes o tamanho da capital paulista

 

Com agilidade para observar em tempo real o que está acontecendo e enviar alertas para a fiscalização, o Deter é rápido, porém impreciso, e não enxerga desmatamentos pequenos. Desse modo ele não serve para fornecer o número oficial de perda da cobertura florestal, mas em geral dá uma boa pista de como ele pode se comportar. O valor final entre agosto de um ano a julho do seguinte (o chamado ano fiscal do desmatamento da Amazônia) é fornecido por outro sistema do Inpe, o Prodes, e costuma ser divulgado em novembro, sendo confirmado depois em meados do ano seguinte.

 

É esse o número oficial do desmatamento no Brasil e foi o que a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou há duas semanas. O último Prodes apontou que o desmatamento de agosto de 2013 a julho do ano passado foi o segundo menor da história. Segundo o levantamento, a perda naquele período foi de 5.012 km², 15% menor que no ano anterior. O dado para o período de agosto de 2014 a julho de 2015 deve ser divulgado em novembro.

Se a tendência que o Deter apontou se confirmar, o Prodes poderá também trazer um aumento na taxa desmatamento da Amazônia. Por somente duas vezes desde que o monitoramento começou a ser feito Deter e Prodes seguiram trajetórias diferentes. Uma delas foi justamente no ano passado. Os alertas mostravam alta, mas o número final trouxe uma baixa.

Outro levantamento também indica a mesma tendência de alta. Trata-se do SAD, do Imazon, ONG sediada em Belém que monitora o desmatamento da Amazônia paralelamente ao governo. Na semana passada, o SAD, que funciona com satélites semelhantes aos usados pelo Deter, também indicou que o número de alertas subiu 63% entre agosto de 2014 e julho deste ano.

A partir de 2008, a taxa oficial apresentou sucessivas quedas, chegando ao valor mais baixo em 2012: 4.571 km². No ano seguinte houve um repique de quase 29%, e o desmatamento subiu para  5.891 km², voltando a cair em 2014. O Brasil assumiu uma meta em Copenhague, em 2009, de reduzir o desmatamento até 2020 à casa dos 3 mil km².

Fonte: Estadão

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